História da fundação artística - primeira parte

A história da fundição artística é, antes de tudo, a história da fundição de ferro, material fetiche de um século XIX cuja palavra-chave era o progresso.

Percorrendo o imenso canteiro a céu aberto que era Paris no século passado, o barão Haussmann pedia: "Ferro, mais ferro!". De ferro e ferro fundido, Paris não sentirá falta. Estes materiais participarão da construção de pontes e grandes prédios públicos, harmonizarão as fachadas dos imóveis com os balcões e apoios de janela, investirão sobre a paisagem urbana com milhares de lamparinas, acessos do metrô Guimard, colunas Morris, grandes chafarizes ou as famosas fontes Wallace, estátuas e vasos.

Da mesma forma que em Paris, o ferro fundido marcará de modo indelével e atemporal a arquitetura e o urbanismo das metrópoles não somente européias mas do mundo inteiro.

O ferro fundido é o mais antigo dos produtos ferrosos moldados visto que os chineses já o utilizavam no século VI A.C. Disseminado pela Europa desde o século XIV com o surgimento dos altos-fornos, o material será utilizado para fabricar canhões, sinos, peças de forno e de chaminé e canalizações de água. As técnicas de refundição e moldagem são aperfeiçoadas e novas aplicações são tentadas.

A primeira realização importante foi a ponte Coalbrookedale, construída em 1779, na Inglaterra, por Abraham Darby.

A França aguardará até o início do século XIX para lançar-se em construções tão audaciosas: a ponte das Artes e o domo da Halle au Blé, em Paris, por exemplo.

Fonte: Obras de Arte em Ferro Fundido (Prefeitura do Rio)